Há alguns anos, as palavras inovação e negócios aparecem de forma indissociável, e com razão. Com as transformações emergentes no mercado, já não se pode mais pensar em empreendimentos estáveis e estáticos. Se, em 1964, as maiores empresas do S&P 500 – índice composto pelas ações mais líquidas das principais bolsas norte-americanas – ocupavam o pódio mercadológico por 33 anos, hoje, a projeção de longevidade empresarial apresentada pela Innosight é de 12 anos em 2027, provando as possibilidades de rápida transformação no mundo dos negócios.

No modelo atual de mercado, vencerá as instituições que estiverem dispostas a experimentar, testar, adaptar e modificar seus processos, produtos e até a própria cultura. Inovar é, então, fazer algo como não era feito antes; é o novo; renovar; restaurar. Mas como transformar empresas tradicionais?

Considerar a inovação como estratégia de crescimento

Adotar a inovação como estratégia de crescimento e sobrevivência no mercado é o primeiro passo para garantir uma transformação efetiva em empresas de cultura mais conservadora. Ter uma atitude empreendedora, conhecer a profundidade do negócio, implica em identificar os seus potenciais riscos e ganhos e isso permite enxergar possibilidades de crescimento onde outros veem apenas ameaças.

Mudanças profundas e estruturantes começam com a análise do propósito de existência da empresa, considerando:

  • a forma como as decisões são tomadas;
  • a organização;
  • a experimentação de novas ideias.

Por isso, começar por esses três tópicos é um bom caminho. Na verdade, repensar essas três estruturas da empresa requer pensar no todo: as hierarquias, as lideranças, os serviços, os valores, as pessoas etc.

Apostar na criatividade e na velocidade

Uma das maiores dificuldades das corporações tradicionais é entender que esse novo mercado prioriza o capital humano, isto é, o diferencial entre as empresas está nas pessoas. Promover ao colaborador um ambiente e uma cultura favorável ao pensamento e ao fazer diferente tem muito a ver com a capacidade de criação e desenvolvimento de cada um e a própria sobrevivência do negócio.

Além disso, experimentar modelos de negócio e alternativas de sucesso é o que diferenciam empresas novas das tradicionais. Um bom exemplo é o caso da Unilever, que comprou a Dollar Shave Club, empresa que vinha transformando o modelo de vendas de aparelhos de barbear consolidado há décadas pela Gillette. Ou até mesmo o caso de editoras, como a Companhia das Letras, que busca incorporar tendências globais em seu processo de negócios e se adaptar ao novo mercado com a publicação de audiolivros.

Trazer criatividade e velocidade para o ecossistema tradicional das empresas não é uma tarefa simples e requer tempo e investimentos, mas é fundamental para sobreviver em um mercado altamente competitivo.

Avaliar o poder do mercado digital

Por diversos motivos, inúmeras empresas tradicionais tendem a resistir a iniciativas disruptivas. Na era digital, a transformação é essencial para negócios de todos os portes. Não basta apenas criar websites, perfis em redes sociais ou nutrir possíveis clientes com um fluxo de e-mails. As empresas devem buscar formas de proporcionar uma boa experiência de negócio digital tanto para os colaboradores quanto para os clientes.

Tornar-se digital implica em mudanças não só em equipamentos e sistemas mas em uma nova mentalidade de cultura corporativa e de processos.

Incorporar uma análise de dados de clientes, por exemplo, pode gerar uma experiência de serviço melhor, sabendo as necessidades e desejos do consumidor. Isso faz com que a empresa compreenda o comportamento do usuário e ele, por sua vez, permaneça fiel à marca.

Seja por pressão da administração ou preocupação com o crescimento rápido de novos negócios que vem destronando grandes corporações, a transformação só será efetiva por meio de atitudes empreendedoras que fomentem o desenvolvimento das pessoas e dos processos de negócio e que veja a inovação como estratégia para aumentar a competitividade.

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