Seja para festejar, seja para compensar um desgaste de qualquer ordem, as pessoas vêm cada vez mais descontando suas emoções na ingestão de comidas hipercalóricas. A compulsão alimentar e a carência afetiva podem acompanhar o indivíduo desde a sua infância, com prejuízos no futuro. Toda pessoa deseja ser reconhecida, valorizada e aceita, e desde pequenos temos comportamentos alimentares reforçados por pessoas próximas, que são nossas referências (pai, mãe, avós, entre outros), com dizeres como “se raspar o prato tem direito a sobremesa”, “precisa comer para ficar forte” e “se ficar bonzinho depois te dou sorvete”.É perceptível a íntima relação entre os aspectos emocionais e a educação nutricional; a informação que fica para a criança é que comendo vai ser valorizada e aceita; no futuro, adolescentes e adultos poderão sofrer bullying ou preconceito por serem obesos e, em consequência, poderão ser desvalorizados e rejeitados. É uma grande dificuldade promover a mudança de hábitos, ainda mais com valores e significados familiares inseridos nos hábitos alimentares. Percebemos que existem representações alimentares para cada momento da vida, por exemplo: “tirou um dente ou brigou com o namorado, tomar sorvete é a solução”, “dia frio é ideal para tomar um chocolate quente e comer bolinhos de chuva”, “se está gripado, é só tomar um mingau de aveia”.

Para cada situação desagradável, existe uma solução alimentar rica em calorias para gratificar de forma imediata o componente emocional da pessoa. As consequências futuras e em longo prazo são enfermidades crônicas, como doenças cardiorrespiratórias, diabetes, hipertensão, entre outras. É preciso investir na educação nutricional e no autoconhecimento para formarmos indivíduos bem estruturados, capazes de fazer escolhas mais acertadas

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