Alessandro Tosim falou sobre as perspectivas do esporte para o próximo ano e o impacto do goalball na vida dos atletas.

Há menos de um mês, a Seleção Brasileira de goalball, treinada por Alessandro Tosim, conquistou o tricampeonato dos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019. E o time feminino não ficou para trás: as atletas também levantaram o troféu e garantiram o bicampeonato parapan-americano na modalidade.

O goalball é um esporte coletivo que foi criado em 1946 pelo austríaco Hans Lorenze e pelo alemão Sett Haindell com o intuito de reabilitar soldados que ficaram lesionados do órgão da visão no período de guerra. É disputado em uma quadra de 18 metros de comprimento por 9 metros de largura e conta com três jogadores, sendo um pivô, um ala esquerdo e um ala direito. O gol tem 9 metros de largura por 1,30 metros de altura, e a bola pesa 1.250 gramas e é equipada com oito guizos na parte interior. Como forma de universalizar a modalidade, todas as regras são em inglês.

Atualmente o Brasil é uma das potências mundiais no esporte, sendo a seleção masculina bicampeã mundial (Finlândia, em 2014; e Suécia, em 2018), medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012), bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio (2016) e tricampeã dos Jogos Parapan-Americanos (Guadalajara, em 2011; Toronto, em 2015; e Lima, em 2019).

Em entrevista ao Jornal Em Foco, o treinador do time masculino, que também é docente do curso de graduação em Educação Física do Unianchieta, contou um pouco mais sobre os desafios do esporte e deixou dicas para quem quer se especializar na área. Confira!

Em Foco – Professor, antes de tudo, parabéns por mais uma conquista! Você já comanda a Seleção Brasileira de goalball há alguns anos. Como é comandar o grupo após todo esse tempo e ainda continuar em busca de títulos?

Alessandro – Estou à frente da Seleção Brasileira de goalball desde 2009 e é uma honra poder representar o Brasil em campeonatos do mais alto nível. Já conquistamos todos os títulos de âmbito mundial, mas a motivação vem da vontade de se manter no topo do mundo, de os atletas se doarem cada vez mais em treinamento e, a partir disso, buscarem títulos. Sempre falo que eles têm que gostar de ouvir o hino nacional, porque é o reflexo de todo o trabalho construído.

Em Foco – Podemos dizer que houve um crescimento ou maior visibilidade dos esportes paralímpicos nos últimos anos. De que forma isso influenciou o goalball? Você acredita que houve uma procura maior pelo esporte?

Alessandro – O goalball é a modalidade mais praticada no mundo por pessoas com deficiência visual, sendo que o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) fazem um trabalho muito sério com o esporte paralímpico em nosso país. Isso chama a atenção da mídia pelos resultados em âmbito mundial, o que vem trazendo muito mais mídia para o esporte paralímpico.

Em Foco – Como esse esporte impactou a vida dos seus atletas (tanto os da Seleção quanto todo os outros que você já treinou)?

Alessandro – O esporte para pessoas com deficiência proporciona ao sujeito melhoras funcionais e sociais. Em alguns casos, é uma forma da pessoa com deficiência mostrar seus potenciais, sendo um dos melhores meios para promover a inclusão de pessoas com deficiência.

Em Foco – Quais são as suas expectativas para o esporte nos próximos anos?

Alessandro O próximo ano é o mais importante para o ciclo paralímpico, pois é ano de paralimpíada, sendo hoje a Seleção Brasileira uma das candidatas ao título da competição.

Em Foco – Professor, para fechar a entrevista, o educador físico que pretende atuar profissionalmente com modalidades esportivas adaptadas deve seguir qual caminho?

Alessandro – A Educação Física Adaptada é uma área de grande crescimento em nosso país. São várias as oportunidades de trabalho com a pessoa com deficiência, como nas áreas de treinador esportivo, árbitro de esportes adaptados, preparador físico, entre outras. Do próprio Unianchieta, temos vários profissionais atuando na área. Fico muito orgulhoso de poder fazer parte da história desses ex-alunos que seguiram na área e estão desenvolvendo grandes trabalhos nas suas respectivas instituições ou atuando como árbitros.

 

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