A popularização dos celulares e da internet causou mudanças no campo da Educação. Uma grande parte dos alunos das gerações alpha (até 9 anos) e Z (entre 10 e 24 anos), ao receber estímulos constantes vindos de diferentes aplicativos e smartphones, prefere continuar navegando em páginas de internet e, por isso, deixa de acompanhar adequadamente a aula presencial.
A professora e coordenadora dos cursos de Pedagogia e Letras do Unianchieta, Dra. Elaine Barreto, aponta que “os estudantes de hoje em dia já nasceram em uma era tecnológica, com informação à disposição. Percebe-se, em sala de aula, que eles têm dificuldades de concentração, tanto na leitura e na resolução de exercícios que envolvam raciocínio lógico-matemático como no término das atividades em tempo hábil”.
A professora ainda completa que é perceptível pelo corpo docente do Anchieta que os alunos, principalmente os adolescentes, têm um comportamento diferente se comparado ao do passado. Eles agem como se estivessem nas redes sociais, pois conversam o tempo todo e com todo mundo apenas para compartilhar várias informações. Os alunos demonstram dificuldade de se concentrar em atividades que exigem mais tempo para finalização e não conseguem resolver situações que exijam um verdadeiro diálogo.
Diante dessa problemática, segundo a professora Elaine, é necessário que os professores reinventem as suas técnicas de ensino para atrair a atenção dos alunos e fazer com que estes aprendam os conteúdos necessários para sua evolução. Além de se manterem atualizados quanto ao estudo, os professores devem fazer pesquisas para selecionar os conteúdos e utilizar as tecnologias disponíveis ao seu favor. Está enganado o professor que pensa que é só ser tecnológico para atrair a atenção do aluno, pois essa geração gosta também de proximidade, logo, ser amigo do aluno é essencial.
Um estudo publicado pela BBC aponta que alguns professores estão utilizando plataformas como o YouTube para se conectar com os alunos. Nessa pesquisa, Asha Choksi, vice-presidente de pesquisa global da editora educacional Pearson, comenta sobre um professor que faz vídeos dele mesmo realizando experimentos científicos, publica no YouTube e usa o conteúdo para ilustrar o livro didático em sala de aula. Além disso, ele utiliza o Instagram para fazer lembretes sobre o dever de casa e sobre as próximas atividades.
Assim, a tecnologia não é algo somente negativo, pois, em alguns aspectos, ela também capacita estudantes de forma inesperada. A atual geração, por ser mais ansiosa, ao invés de esperar que a informação venha por meio do professor, acaba buscando o conteúdo na internet. Isso demonstra um aluno com vontade de aprender mais rápido. Asha Choksi, da Person, diz que “eles podem estar estudando álgebra e ir ao YouTube para descobrir como resolver um problema antes de consultar um professor ou um livro didático”.
A verdade é que essas novas gerações estão e estarão cada dia mais ligadas à tecnologia em busca de informação. Elas irão adotar novas formas e novas mídias para se comunicar, e os professores devem estar preparados para modificar os seus métodos para acompanhar o desenvolvimento dos alunos. Dessa forma, os docentes poderão garantir tanto o aprendizado quanto o sucesso dos alunos por meio do uso dos das formas modernas de interação com o mundo.