Giovana Antunes, estudante de Letras do UniAnchieta, falou sobre sua experiência estudando fora do país.

Estudar fora do país é o sonho de muitas pessoas. O Banco Santander oferece o programa Bolsas Ibero-Americanas Santander Universidades, que viabiliza o intercâmbio para estudantes de graduação entre os nove países em que a instituição financeira está presente. Os universitários selecionados em sua instituição de ensino de origem recebem o equivalente a três mil euros para o custeio de despesas como passagens, hospedagem e alimentação durante o intercâmbio. Uma das selecionadas para participar desse programa em 2017, resultado da parceria entre o UniAnchieta e o Banco Santander, foi Giovana Antunes, estudante de Letras, que comenta sua experiência como intercambista na Universidade do Porto, em Portugal. Acompanhe a entrevista:

Em Foco: Como você ficou sabendo do programa e como foram as primeiras etapas do processo seletivo?
Giovana: Fiquei sabendo por meio de funcionários da instituição que o UniAnchieta fazia parte do programa Bolsas Ibero-Americanas Santander Universidades. Logo que soube fiquei muito interessada e procurei mais informações sobre a inscrição. Entrei no site do programa, preenchi o formulário de inscrição e procurei o edital que o UniAnchieta disponibiliza, onde constam as etapas do processo seletivo e os critérios utilizados na seleção. Uma vez inscrita, foram solicitados documentos, como histórico escolar, carta de interesse no intercâmbio, passaporte etc., para que pudessem ser analisados. A segunda parte do processo foi uma entrevista presencial, na qual pude apresentar meu interesse e objetivos relativos ao intercâmbio e demonstrar que estava apta a passar um semestre fora do Brasil. Então foi só aguardar o resultado do processo seletivo, comemorar a conquista e fazer as malas.

Em Foco: O que você considerou ao escolher o país e a universidade?
Giovana: Estive na Universidade do Porto, em Portugal, e entendo que foi a melhor escolha, mas nada fácil, com tantas boas opções no programa. Para realizar o intercâmbio, é necessário que a universidade de destino tenha um acordo de cooperação com a instituição de origem do estudante, e por isso descartei algumas instituições, como a Universidade de Lisboa, por faltar ainda esse acordo. Além disso, escolhi Portugal não só pela facilidade da língua ou por ser um país tão bonito e com o custo de vida bastante acessível, mas também por desejar entender como é estudada a língua portuguesa por lá. A Universidade do Porto é uma das 100 melhores universidades da Europa, tem uma história centenária e ao mesmo tempo é contemporânea e moderna, atraindo muitos estudantes estrangeiros.

Em Foco: Como foi a recepção na Universidade do Porto? Você conheceu outros intercambistas?
Giovana: De uma forma geral, alunos estrangeiros são muito bem-vindos em muitas universidades europeias. A Universidade do Porto, em especial, nos recebe de forma completamente acolhedora, promovendo diversos eventos para que nos sintamos à vontade e integrados. Logo na primeira semana, há encontros com o reitor da universidade, diretores responsáveis e demais equipes auxiliares, sempre acompanhados de um coquetel para os momentos de socialização. Nesses encontros também somos convidados a fazer parte de uma organização internacional de estudantes, que nos oferece a oportunidade de compreender a cultura do lugar em que estamos e nos auxilia no que for preciso, o ESN (Erasmus Student Network). Além de disponibilizar voluntários que nos ajudam desde a encontrar moradia até a criação de grupos de estudos para as provas, o ESN também promove passeios culturais e eventos de entretenimento para os intercambistas. E, é claro, há muitos intercambistas. Além do programa de Bolsas Santander há muitos outros programas de intercâmbio pelo mundo, o que acaba concentrando um grande número de estrangeiros em diversos cursos na universidade.

Em Foco: O que você estudou em Portugal? Como selecionou as unidades curriculares?
Giovana: Logo após ser selecionada pelo Anchieta, tive que entrar em contato com a instituição de destino e me inscrever para as disciplinas que eu gostaria de cursar, o que foi maravilhoso, pois pude escolher de acordo com meus interesses. Essa foi uma grande surpresa para mim, pois tive total liberdade para escolher até mesmo disciplinas de outras áreas, que poderiam complementar meu currículo. A única restrição é um número mínimo e máximo de créditos/carga horária que a instituição determina para cursar. Escolhi disciplinas de literatura portuguesa e de variação linguística e pude atender interesses pessoais, cursando disciplinas de fotografia e artes.

Em Foco: As viagens sempre estão acompanhadas de imprevistos. Você passou por algum imprevisto durante o semestre?
Giovana: Imprevistos sempre acontecem, e no meu caso não foi diferente. Mesmo tendo escolhido por meio da plataforma online da Universidade as disciplinas que eu gostaria de cursar, ao chegar lá soube que algumas disciplinas tinham horários de aula coincidentes, então tive que reajustar meu programa de estudos. Esse processo foi um pouco burocrático, pois o contrato de estudo teve que ser reformulado e novamente assinado por todas as partes integrantes, o que demorou algum tempo e fez com que eu iniciasse os cursos com atraso. Contei com o apoio da diretoria de estudantes estrangeiros para resolver esse problema, o que foi de grande ajuda.

Em Foco: Você teve alguma dificuldade de adaptação?
Giovana: É certo que nós falamos um português bem diferente do português de Portugal, mas ainda assim a comunicação é muito tranquila. O país acolhe muito bem quem chega para estudar, a comida é maravilhosa, a cultura é riquíssima, as paisagens são fantásticas. Pude compreender perfeitamente as orientações que me eram passadas, o que os professores ensinavam; no caso de algumas expressões locais ou outras era preciso uma ajuda para entender o significado, mas nada que impedisse a comunicação. Nessa minha experiência, muitos paradigmas e estereótipos que naturalmente vamos adquirindo foram quebrados com relação ao povo português, que é bastante festivo e muito próximo da cultura brasileira.

Em Foco: Qual foi a melhor parte dessa experiência para você?
Giovana: Muitas coisas me fascinaram durante essa experiência, é um sentimento único passar por tanto aprendizado em um contexto de imersão tão intenso. Acredito que mais importante do que o que se aprende em sala de aula, é aprender a olhar respeitosamente para um mundo novo, identificando aspectos sociais, políticos e culturais, tanto positivos como negativos, e procurar trazer o que for útil para melhorar o nosso próprio país, é aprender a tomar como exemplo o que vimos e tentar melhorar o lugar onde estamos e o que somos.

Em Foco: Você pensa em repetir essa experiência?
Giovana: Minha experiência foi muito breve, pois um semestre é apenas o início de todo um processo. A vontade de obter especializações no exterior foi despertada em mim, e há inúmeras possibilidades de aprimoramento de estudos não só em Portugal, mas em muitos outros lugares. Nosso horizonte realmente se expande e percebemos que há grandes oportunidades pelo mundo afora para quem tem vontade e dedicação.

Em Foco: Como essa experiência contribuiu para seu crescimento pessoal e para sua formação profissional?
Giovana: Foi uma experiência transformadora, sem dúvida. Particularmente foi uma oportunidade de autoconhecimento e entendimento do espaço do outro, pude desenvolver habilidades, estratégias para solucionar problemas, independência pessoal e muitas outras coisas como nunca antes. Entendemos que quando saímos da zona de conforto e nos confrontamos com coisas novas, nos sentimos mais preparados para a vida de um modo geral. Quanto à vida profissional, além da valorização que um intercâmbio traz para o currículo, certamente aproveitarei tudo o que aprendi e poderei aplicar esse conhecimento na rotina profissional, seja compreendendo melhor o outro e sua cultura, seja na ampliação de conteúdo e técnicas para a realização de uma tarefa. A bagagem de conhecimento que trazemos de uma experiência como essa nunca será desperdiçada.

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