Para o professor, o trabalho em grupo pode ser sinônimo de complexidade, enquanto para o aluno pode significar um momento de descontração.

Trabalhar em grupo não é fácil. Saber se posicionar diante dos demais integrantes, respeitando suas ideias, suas diferenças e suas vontades, requer algum esforço. Transpondo esse panorama para uma sala de aula do ensino fundamental II ou do ensino médio, pode-se perceber que muitas vezes o trabalho em grupo é confundido com momento de descontração ou até de bagunça. Muitos pontos negativos já foram atrelados a essa prática: o barulho, a dificuldade de concentração, a dificuldade do professor em propor e conduzir as atividades. Independentemente das dificuldades, trabalhar em grupo é uma prática valiosa e promove o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades que os estudantes levarão para toda a vida.

Magda Damiani, no artigo Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios, publicado em 2008 e disponível na internet (http://www.scielo.br/pdf/er/n31/n31a13), aponta os maiores benefícios do trabalho em grupo (p. 10):

“1) socialização (o que inclui aprendizagem de modalidades comunicacionais e de convivência), controle dos impulsos agressivos, adaptação às normas estabelecidas (incluindo a aprendizagem relativa ao desempenho de papéis sociais) e superação do egocentrismo (por meio da relativização progressiva do ponto de vista próprio);
2) aquisição de aptidões e habilidades (incluindo melhoras no rendimento escolar); e
3) aumento do nível de aspiração escolar”.

Trabalhar em grupo pode não ser uma atividade tão satisfatória para alguns alunos, considerando preferências e habilidades de cada estudante. Geralmente os alunos procuram realizar as atividades sempre com o mesmo grupo, tendo em vista a afinidade e as amizades que se constroem na escola. Caso o professor utilize métodos de organização de grupos que separem os alunos que costumam ficar juntos, isso pode prejudicar a motivação dos estudantes para a atividade e para a aprendizagem a ela relacionada. Por isso, é importante que haja diálogo entre professor e alunos, que se esclareçam os objetivos da atividade e o impacto do trabalho colaborativo na aprendizagem de cada um.

Responsabilidade, cooperação e interação andam juntas quando o assunto é trabalho em grupo. Além disso, o trabalho colaborativo sustenta práticas de valorização do outro, bem como “o resgate de valores como o compartilhamento e a solidariedade – que se foram perdendo ao longo do caminho trilhado por nossa sociedade, extremamente competitiva e individualista”, conforme prossegue Magda Damiani (p. 13). Por isso não se deve desvalorizar a prática escolar do trabalho em grupo, o que não significa depreciar as atividades realizadas individualmente. Ambas as práticas possuem seu valor e precisam ser trabalhadas de maneira indissociável, de forma que contribuam para a aprendizagem e o desenvolvimento do estudante.

botao-escolas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreve seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui