Em entrevista, professor Dr. Gilson Luiz Volpato afirma que, mais do que pleitear a regulamentação das profissões, é importante diferenciá-las.
É comum durante a graduação e até mesmo durante a pós-graduação que muitas pessoas interpretem o cientista e o pesquisador como uma coisa só. Ambos realizam pesquisas com rigor metodológico, em busca de resultados e conclusões sobre os fatos da área de pesquisa, porém, em algum ponto desse caminho, o que parecia ser uma coisa só se separa, e cada um segue rumos distintos. Para entender um pouco mais sobre esse assunto, assim como o que cada profissional faz, de fato, tomamos como base uma entrevista realizada no âmbito do Projeto Parasitologia Digital com o professor Dr. Gilson Luiz Volpato..
Etimologicamente, pesquisador é aquele que faz pesquisa. Por pesquisa, entende-se todo o processo que objetiva a descoberta de novos conhecimentos, uma indagação minuciosa. Segundo o professor Gilson, o pesquisador mantém o foco na pesquisa, em busca da resolução de problemas específicos, o problema de pesquisa. Logo, é necessário estabelecer objetivos, cronograma e metodologia a serem seguidos para dar resposta ao conjunto de perguntas que norteiam a pesquisa.
Já o cientista faz pesquisa e ciência. O professor Gilson afirma que o cientista, assim como o pesquisador, realiza pesquisa, utilizando um método científico, buscando, a partir de hipóteses, as evidências para suas conclusões. O cientista também pode resolver um problema localizado, porém, para ele, o mais importante é entender a essência do processo, que extrapola o problema local e insere o conhecimento obtido numa rede, acessada amplamente.
O que, então, diferencia um pesquisador de um cientista? De acordo com o professor Gilson, o pesquisador gera conhecimentos que serão utilizados apenas no contexto em que a pesquisa se realizou. O cientista realiza pesquisa e, com base nos resultados e conclusões obtidos, constrói conhecimentos gerais acerca de determinado fato, e tais conhecimentos podem ser utilizados universalmente.
