No momento de escolher uma carreira profissional, muitas pessoas se depararam com comentários do tipo “mas isso é coisa de homem/ de mulher)”. A dificuldade de se atender a uma vocação pode estar nas expectativas sociais que recaem sobre as profissões e os profissionais.

Em época de Copa do Mundo de Futebol, pessoas de todos os continentes se dedicam a venerar sua seleção nacional e a torcer por ela na competição. Homens, mulheres, crianças e idosos, todos se juntam na festa e torcem pela vitória de seu país. Enquanto isso, no futebol feminino recordes históricos são ultrapassados e, ainda assim, esse marco não é destaque na mídia.

O exemplo acima serve para expor a invisibilidade das mulheres em áreas historicamente dominadas por homens e que, quando conquistadas por elas, não lhes é dado o mesmo tratamento. No modelo de sociedade em que estamos inseridos, escolher um curso superior que não se encaixa nos moldes do que se espera para um homem ou para uma mulher pode gerar muita discussão e até discriminação.

No ambiente acadêmico essa discriminação não raro se repete, e os estereótipos sociais recaem também sobre a formação superior. De acordo com o Censo da Educação Superior realizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2016 a maioria das vagas dos cursos das áreas da saúde, educação e humanidades foram preenchidas por mulheres, enquanto nos cursos das áreas da agricultura, engenharias e ciências predominaram os homens.

Em cursos como Educação Física, em média 70% dos alunos são homens, e em Ciência da Computação, o número chega à casa dos 90%. Por outro lado, em cursos como Serviço Social e Pedagogia, o número de alunos homens não chega a 20%. Isso mostra que os estereótipos sociais das profissões de homem e de mulher influenciam a escolha de cada um. De acordo com a pesquisa de Maria Luiza Rodrigues Sampaio de Souza, realizada em 2015 e intitulada Gênero e escolha profissional, disponível na Biblioteca Digital da Produção Intelectual Discente da Universidade de Brasília (http://bdm.unb.br), as escolhas de carreira profissional não são neutras, e as profissões ainda são vistas como mais femininas ou mais masculinas (p. 18).

Tanto no futebol quanto nas demais profissões, quando mulheres aparecem em espaços que foram criados socialmente por e para homens, a visibilidade dada a elas é pouca ou praticamente nula. Quanto aos homens, quando sua escolha profissional foge ao senso comum, o preconceito também aparece.

Gráfico 1 – Gênero nos 50 principais cursos

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Gráfico 2 – Gênero por área

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Fonte: https://www.nexojornal.com.br

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