Bonitos, saudáveis, eternos, inteligentes e muito bem resolvidos. Essa é a chave da felicidade na sociedade atual. A beleza é uma peça fundamental para nossas expectativas sociais nos dias de hoje e foi tema central da abertura da VI Jornada de Tecnologia em Estética e Cosmética (JOTEC). Promovida pelo UniAnchieta, a VI JOTEC foi realizada nos dias 2, 3 e 4 de maio deste ano.

Na sociedade atual a beleza é um dos pontos centrais, principalmente entre os jovens, que acreditam que a beleza e a felicidade se completam, esquecendo neste momento de suas vidas que o envelhecimento e a realidade uma hora vão mostrar sua face, e, como diz o filósofo Luiz Felipe Pondé, “Uma hora o tempo irá mostrar seu grau de indiferença para com todos nós”.

Neste sentido devemos encarar a beleza como um modismo ou como um procedimento justificado? O professor Me. Ricardo Maia entende que a beleza ou a forma como nos apresentamos é importante e ilumina a nossa alma e nos dá confiança, porém não podemos perder nossa identidade para atender as expectativas que a sociedade nos impõe.

Essas reflexões instigantes foram bem colocadas na abertura da VI JOTEC. O mesmo debate filosófico já tinha sido realizado no Simpósio de Fisioterapia no ano passado, evento também promovido pelo Unianchieta. Embora com um tema diferente naquela ocasião, A Fisioterapia e seus conceitos éticos, havia o mesmo propósito de promover a reflexão e um debate entre docentes e discentes.

A psicóloga e professora Ma. Maria Aparecida Ferreira Ribeiro provocou a discussão quando acrescentou ao debate o quanto a mídia cotidianamente dita os ideais de “corpos perfeitos”; em consequência da tentativa de realização desses padrões de beleza idealizados, ocorrem doenças como anorexia, bulimia, vigorexia e ortorexia. Pessoas acometidas por essas doenças apresentam uma obsessão pelos cuidados do corpo, para além do normal, criando um transtorno psicológico que leva a muito sofrimento.

É na sociedade atual que o estrago desse culto à beleza é mais evidente. O filósofo Alessandro Janus, que atua na educação de jovens, relatou como aborda o tema, explicando que alguns apontamentos históricos em torno da questão da beleza, partindo da ideia de que noções de belo sempre estiveram presentes nas sociedades humanas, demonstram que a beleza é um valor fundamental para os seres humanos. Em um rápido panorama, ele explicou que a partir dos gregos começou a se buscar uma definição conceitual para a beleza. Seguindo a trilha de Aristóteles, que definiu o belo como simetria, harmonia (harmonia das feições), grandes coisas podem ser abarcadas num só olhar, e assim fica claro um dos modelos ocidentais: a beleza está nas coisas, e o ser humano a percebe. Em seguida, Alessandro apresentou a crítica a esse modelo, feita por Nietzsche no final do século XIX, ao afirmar que a beleza não está nas coisas, é o próprio ser humano que a atribui às coisas, pois não existe algo belo em si, a beleza é uma construção humana. O debate partiu desses dois principais entendimentos da beleza no pensamento ocidental.

O evento ainda contou com as palestras “Estética íntima e seu impacto na autoestima” e “Despigmentação das sobrancelhas”, além do workshop “Associação eletrofotocosmético no tratamento das hipercromias”. O encerramento do evento foi abrilhantado por um talk show: “A importância da nutrição aliada à estética”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreve seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui