Com o tema “Todos podem aprender em altos níveis”, o evento realizado em São Paulo foi coordenado em conferência por professora da Universidade de Stanford

Interessada em pesquisar sobre metodologias ativas no ensino das disciplinas de Matemática da graduação, a docente Ma. Marisa Carlovich, que leciona para os cursos da área de Engenharia no UniAnchieta, participou do Seminário Mentalidades Matemáticas, realizado no último dia 23 de maio no Hotel Meliá Paulista, em São Paulo.

O evento contou com a presença do pesquisador PhD Jack Dieckmann e foi coordenado pela Profa. PhD Jo Boaler, que participou do evento em conferência. Ambos são da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Estudos internacionais de desempenho na área de Matemática apontam que, no Brasil, sete em cada dez pessoas não têm domínio do conteúdo. Preocupadas com esse cenário, três instituições comprometidas com a educação brasileira – Instituto Sidarta, Fundação Lemann e Fundação Itaú Social – reuniram-se para realizar o seminário.

Com base nas pesquisas de neurociência, Jo Boaler apresentou propostas de como a Matemática pode e deve ser ensinada de forma aberta, criativa e visual.

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O conceito de Mentalidades Matemáticas tem por base teórica o trabalho de Boaler, que, nos últimos anos, tem revolucionado os estudos nas disciplinas STEM – sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Ela afirma que todos são capazes de aprender conteúdos matemáticos complexos e ressalta a importância das conexões do cérebro que serão facilitadas pela diversidade de representações da Matemática como números, imagens, gráficos, algoritmos, tabelas e palavras. Assim, as diferentes formas dos alunos aprenderem serão consideradas.

Quem é mais rápido nos cálculos não é necessariamente o mais inteligente: ao tentar resolver um problema, aprofundamento é melhor que velocidade. Muitos matemáticos trabalham lentamente porque pensam de forma profunda, e não rápida. O premiado matemático Laurent Schwartz relatou que, em sua época de escola, a lentidão de seu raciocínio o fazia sentir-se incapaz.

Como professores, devemos valorizar a criatividade e a criticidade ao tentar resolver problemas matemáticos, reconhecendo diferentes formas de solução, argumentação e discussão de ideias. Dessa forma, a aprendizagem de nossos alunos será mais significativa.

Muitos alunos, por desejarem ser rápidos como os colegas ou por se sentirem incapazes em Matemática, desenvolvem uma ansiedade que impede o funcionamento da memória de trabalho. Ao tentarem resolver um problema matemático, essa ansiedade bloqueia o mecanismo de busca da solução. Um aluno terá dificuldades em efetuar até uma simples operação aritmética quando apresentar muita ansiedade. Para motivar seus alunos, caberá ao professor propor dinâmicas e atividades no sentido de valorizar a criatividade, o aprofundamento, a colaboração e a aplicabilidade do conhecimento.

Também foi enfatizado que o erro deve ser aproveitado como uma oportunidade de aprender. Ao percebermos um erro pessoal e tentarmos corrigi-lo, muitas conexões cerebrais são ativadas. Há uma grande aprendizagem nesse momento.

Foram ainda apresentadas as habilidades que um empregador procura ao contratar: trabalho em equipe, colaboração, criatividade, resolução de problemas e de conflitos e aplicação prática dos conhecimentos. Espera-se que um curso de graduação prepare os alunos para o mercado de trabalho, empenhando recursos e estratégias diversos para desenvolver essas habilidades.

Abaixo estão as regras para trabalho em grupo executadas pelos participantes do seminário por meio de dinâmicas, a fim de se resolverem problemas que tinham várias respostas:

  • Expor suas próprias ideias;
  • Fundamentar suas ideias com argumentos;
  • Escutar os outros; dar a cada um a chance de falar;
  • Solicitar a ideia dos outros;
  • Discutir a maior quantidade possível de ideias.

O pesquisador Jack Dieckmann afirmou ainda que a equidade deve ser praticada no ambiente escolar, tratando-se de formas diversas os alunos de classes heterogêneas tanto nos aspectos intelectuais como nos sociais.

A professora Marisa espera que essas ideias sobre neurociência apresentadas no seminário e compartilhadas aqui possam contribuir para a melhoria das metodologias das disciplinas de Matemática que integram nossos cursos de graduação e, para aprofundamento, recomenda a leitura do livro Mentalidades Matemáticas, de Jo Boaler.

1 COMENTÁRIO

  1. Sim matemática é muito importante, mas quando você não gosta e as aulas são chatas e principalmente em EAD, fica mais difícil de compreender e aprender.

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